Artigo produzido pelos acadêmicos dos cursos de História e Geografia do CES/JF fruto de debates nas aulas de Filosofia Geral Edgar Pereira Coelho[1]
André Lino
Ariclênis do Rosário Dutra
Denis Borel
Girlaine Luiz Nunes
Igor Ferreira Spinola
Janice Norberto Furtado
Lucimara Alves Dornella
Luiz Carlos Magno da Silva
Marcos Paulo Severo Milione
Mariana Aparecida Zarantonello Arantes
Rodrigo Sotto Maior de Castro
Tainá da Veiga Santos
Tarcísio de Almeida Andrade
Thalles Christian Guedes Ramos
Tiago Magalhães Silva
Túlio Cássio de Souza Santos
Ariclênis do Rosário Dutra
Denis Borel
Girlaine Luiz Nunes
Igor Ferreira Spinola
Janice Norberto Furtado
Lucimara Alves Dornella
Luiz Carlos Magno da Silva
Marcos Paulo Severo Milione
Mariana Aparecida Zarantonello Arantes
Rodrigo Sotto Maior de Castro
Tainá da Veiga Santos
Tarcísio de Almeida Andrade
Thalles Christian Guedes Ramos
Tiago Magalhães Silva
Túlio Cássio de Souza Santos
[1] Doutor em Educação/filosofia da educação USP. Mestre em filosofia pela UFJF. Graduado em filosofia pela PUC/MG. Pós-graduado no Chile pela Universidade Alberto Hurtado e professor de filosofia do CES/JF e Viannajr.
O FILÓSOFO PARTEIRO
No tempo em que no mundo se dava o início das civilizações racionais, (470 A.C.), Sócrates lutou por idéias e morreu por elas com a certeza de ter feito a coisa certa, pois acreditava que; por intermédio de sua filosofia, alcançaria a verdade, o bem e a justiça. Nasceu em família rica, serviu o exército e escolheu lutar pela verdade, questionando os ideais e contextos da época, querendo ajudar as pessoas a terem suas conclusões do certo e errado por si próprias, propiciando às mesmas o parto das ideias, por ele denominado maiêutica.[1]
Seu pensamento se diferia da visão dos primeiros filósofos chamados pré-socráticos, que eram considerados cosmológicos, e baseavam suas pesquisas no dar-se da Natureza, querendo encontrar a origem material daquilo que constituía a vida. Foram possivelmente os primeiros geógrafos do passado. Sócrates inicia uma nova era para o pensamento grego, pois estava mais preocupado com a realização do ser humano e com a vida na polis grega.
O filósofo grego demonstrou grande sabedoria e humildade, quando em seus debates fingia não conhecer os assuntos sobre os quais discutia. Assim conseguiu despertar, nos seus interlocutores, a certeza e a segurança de se julgarem capazes de afirmar seus conhecimentos, pois não encontraria o que temer contra alguém que se julgava ignorante ou incapaz de questionar suas verdades, mas tudo era apenas um começo de conversa.
Sua frase clássica, “Só sei que nada sei”, nos mostra o quão fantástico era seu pensamento, sua filosofia de vida, Portanto revelando sua sabedoria, simplicidade e modéstia. Em seus debates, é admirável a capacidade de expor a fraqueza do pensamento alheio e a fidelidade à sua consciência foi sua grande virtude.
Um filósofo crítico, racionalista que “obrigava” o seu interlocutor a usar o senso comum, utilizando também em seu método a ignorância e a ironia, provocava a manifestação das contradições do discurso alheio.
A filosofia socrática se consolidava por intermédio de inúmeras indagações para se chegar a um determinado objetivo. Como poderíamos saber ou entender os conceitos socráticos ou mesmo o próprio Sócrates? Saber sua descendência não significa que saibamos ou entendamos algo sobre este homem e a importância que ele representou ou ainda representa para a humanidade.
Pensador? Sim. Questionador? Por que não? Professor? Inquiridor? Corruptor de jovens? Certamente não, a não ser que entendamos que propiciar que o outro pense autonomamente e questione os poderes constituídos signifique corromper alguém.
Dúvidas rodeiam nossas mentes ao tentarmos desvendar aquele que nada escreveu, mas muito deixou de herança para outros que viriam após seu tempo.
Há quem diga que ele foi o melhor, o mais sábio, o criador, o pai do parto filosófico. Há também aqueles que dizem que ele foi a peça chave, o que deu o primeiro passo para este mundo, o enigmático mundo da filosofia, do logos, da racionalidade.
Acreditamos que ele tenha sido “um sábio”, como ele próprio disse e sabia mais que ele mesmo pudesse imaginar, pois estava certo de sua ignorância diante dos seus próprios conhecimentos. Na verdade, sobre Sócrates, “sabemos que nada sabemos”, mas já desconfiamos de algumas coisas.
Por intermédio de seu método, nos faz enxergar o quão é significativo o saber. Daí o seu esforço para que os seus discípulos se despertassem para o verdadeiro conhecimento que vem do interior para que pudessem tornar-se homens virtuosos, pois para Sócrates a virtude também deveria ser aprendida. Conhecer o bem era uma das condições fundamentais para praticá-lo.
Para os historiadores e geógrafos, o método de Sócrates proporciona por em prática algo essencial para a vida, pois nunca conseguiremos saber tudo sobre tudo. Acreditava que a verdade e a ética era mais importante que a vida.
Sócrates era sábio, pois sabia que a sua ignorância era ampla e não permitia que sua sabedoria o deixasse cego e nem convencido de suas idéias e pensamentos. Era realmente um sábio, mas tinha pleno conhecimento de que não sabia tudo, fator este que o ajudou a desenvolver seu intelecto e o dos concidadãos da época, muito embora não existissem tantos cidadãos naquele tempo, pois o mundo grego era marcado pela grande maioria de escravos e poucos homens livres.
Seu árduo trabalho se dava nos mercados e praças públicas da cidade. Dizem que era feio, baixo e de olhos esbugalhados, mas quando abria a boca deixava transparecer a beleza interior de uma permanente busca no auto conhecimento, sentido primordial de sua filosofia.
Poderíamos gastar aqui algum tempo pesquisando um Sócrates apresentado por Xenofonte ou mesmo ressaltar as coisas negativas sobre ele, mas preferimos o Sócrates platônico, muito embora tenhamos várias críticas ao seu maior discípulo, ressaltamos mais as suas virtudes. Por falar em virtude, dizem que ele era um homem virtuoso, pois nunca perdera a paciência com sua mulher Chantipa, que tinha um temperamento extremamente forte.
Nestes tempos de crise, o velho Sócrates nos convida a darmos o parto há um tempo novo, no qual o ser humano volte a ser a medida de todas as coisas e que assim não concordemos que o lucro e o poder impeçam a construção da paz. Os oprimidos e miseráveis se multiplicam porque a ganância ainda é o objetivo dos poderes torpes e violentos. A barbárie ainda reina nos presídios de segurança máxima do Brasil. As pessoas são assassinadas não pela cicuta, um veneno poderoso, mas enforcadas por uma “teresa”, corda feita de um lençol pelos seus próprios companheiros de prisão.
[1] A palavra Maiêutica significava para ele parto das ideias. Era filho da parteira Fenareta, que ajudava a vir à luz inúmeras crianças naquele tempo. Baseou então seu método na profissão da mãe e se tornou um parteiro da ideia, da ética e do bem.
No tempo em que no mundo se dava o início das civilizações racionais, (470 A.C.), Sócrates lutou por idéias e morreu por elas com a certeza de ter feito a coisa certa, pois acreditava que; por intermédio de sua filosofia, alcançaria a verdade, o bem e a justiça. Nasceu em família rica, serviu o exército e escolheu lutar pela verdade, questionando os ideais e contextos da época, querendo ajudar as pessoas a terem suas conclusões do certo e errado por si próprias, propiciando às mesmas o parto das ideias, por ele denominado maiêutica.[1]
Seu pensamento se diferia da visão dos primeiros filósofos chamados pré-socráticos, que eram considerados cosmológicos, e baseavam suas pesquisas no dar-se da Natureza, querendo encontrar a origem material daquilo que constituía a vida. Foram possivelmente os primeiros geógrafos do passado. Sócrates inicia uma nova era para o pensamento grego, pois estava mais preocupado com a realização do ser humano e com a vida na polis grega.
O filósofo grego demonstrou grande sabedoria e humildade, quando em seus debates fingia não conhecer os assuntos sobre os quais discutia. Assim conseguiu despertar, nos seus interlocutores, a certeza e a segurança de se julgarem capazes de afirmar seus conhecimentos, pois não encontraria o que temer contra alguém que se julgava ignorante ou incapaz de questionar suas verdades, mas tudo era apenas um começo de conversa.
Sua frase clássica, “Só sei que nada sei”, nos mostra o quão fantástico era seu pensamento, sua filosofia de vida, Portanto revelando sua sabedoria, simplicidade e modéstia. Em seus debates, é admirável a capacidade de expor a fraqueza do pensamento alheio e a fidelidade à sua consciência foi sua grande virtude.
Um filósofo crítico, racionalista que “obrigava” o seu interlocutor a usar o senso comum, utilizando também em seu método a ignorância e a ironia, provocava a manifestação das contradições do discurso alheio.
A filosofia socrática se consolidava por intermédio de inúmeras indagações para se chegar a um determinado objetivo. Como poderíamos saber ou entender os conceitos socráticos ou mesmo o próprio Sócrates? Saber sua descendência não significa que saibamos ou entendamos algo sobre este homem e a importância que ele representou ou ainda representa para a humanidade.
Pensador? Sim. Questionador? Por que não? Professor? Inquiridor? Corruptor de jovens? Certamente não, a não ser que entendamos que propiciar que o outro pense autonomamente e questione os poderes constituídos signifique corromper alguém.
Dúvidas rodeiam nossas mentes ao tentarmos desvendar aquele que nada escreveu, mas muito deixou de herança para outros que viriam após seu tempo.
Há quem diga que ele foi o melhor, o mais sábio, o criador, o pai do parto filosófico. Há também aqueles que dizem que ele foi a peça chave, o que deu o primeiro passo para este mundo, o enigmático mundo da filosofia, do logos, da racionalidade.
Acreditamos que ele tenha sido “um sábio”, como ele próprio disse e sabia mais que ele mesmo pudesse imaginar, pois estava certo de sua ignorância diante dos seus próprios conhecimentos. Na verdade, sobre Sócrates, “sabemos que nada sabemos”, mas já desconfiamos de algumas coisas.
Por intermédio de seu método, nos faz enxergar o quão é significativo o saber. Daí o seu esforço para que os seus discípulos se despertassem para o verdadeiro conhecimento que vem do interior para que pudessem tornar-se homens virtuosos, pois para Sócrates a virtude também deveria ser aprendida. Conhecer o bem era uma das condições fundamentais para praticá-lo.
Para os historiadores e geógrafos, o método de Sócrates proporciona por em prática algo essencial para a vida, pois nunca conseguiremos saber tudo sobre tudo. Acreditava que a verdade e a ética era mais importante que a vida.
Sócrates era sábio, pois sabia que a sua ignorância era ampla e não permitia que sua sabedoria o deixasse cego e nem convencido de suas idéias e pensamentos. Era realmente um sábio, mas tinha pleno conhecimento de que não sabia tudo, fator este que o ajudou a desenvolver seu intelecto e o dos concidadãos da época, muito embora não existissem tantos cidadãos naquele tempo, pois o mundo grego era marcado pela grande maioria de escravos e poucos homens livres.
Seu árduo trabalho se dava nos mercados e praças públicas da cidade. Dizem que era feio, baixo e de olhos esbugalhados, mas quando abria a boca deixava transparecer a beleza interior de uma permanente busca no auto conhecimento, sentido primordial de sua filosofia.
Poderíamos gastar aqui algum tempo pesquisando um Sócrates apresentado por Xenofonte ou mesmo ressaltar as coisas negativas sobre ele, mas preferimos o Sócrates platônico, muito embora tenhamos várias críticas ao seu maior discípulo, ressaltamos mais as suas virtudes. Por falar em virtude, dizem que ele era um homem virtuoso, pois nunca perdera a paciência com sua mulher Chantipa, que tinha um temperamento extremamente forte.
Nestes tempos de crise, o velho Sócrates nos convida a darmos o parto há um tempo novo, no qual o ser humano volte a ser a medida de todas as coisas e que assim não concordemos que o lucro e o poder impeçam a construção da paz. Os oprimidos e miseráveis se multiplicam porque a ganância ainda é o objetivo dos poderes torpes e violentos. A barbárie ainda reina nos presídios de segurança máxima do Brasil. As pessoas são assassinadas não pela cicuta, um veneno poderoso, mas enforcadas por uma “teresa”, corda feita de um lençol pelos seus próprios companheiros de prisão.
[1] A palavra Maiêutica significava para ele parto das ideias. Era filho da parteira Fenareta, que ajudava a vir à luz inúmeras crianças naquele tempo. Baseou então seu método na profissão da mãe e se tornou um parteiro da ideia, da ética e do bem.
2 comentários:
Ai gostei.. super instrutivo e informativo, mostra q a geografia rola a todo instante de Sta Luzia ao Benfica, do Santo Antonio à Grama, passando pelo Bandeirantes, 24 horas por dia, 7 dias por semana!!!
Foi meu professor, o Edgar!Admirável.Consegue ensinar uma disciplina meio indigesta (como é a filosofia em moldes tradicionais) de um jeito dinâmico,lúdico até.Daí que aquela aversão inicial pelo assunto se transforma em aprendizado,ou melhor, em conscientizaçao de que somos seres em construçaõ/crescimento/quetionamentos "24 h por dia/7 dias na semana", como disse o Gustavo.O texto de vcs.diz tudo.
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